"Estes assuntos são pouco tratados nas universidades europeias", afirmou Giulio Mancini, do Landau Network-Centro Volta (LNCV), organização não-governamental italiana, durante um seminário sobre «Biossegurança e bioterrorismo: o risco do duplo uso», que decorreu hoje no Instituto Botânico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
A par com o investigador James Revill, do Bradford Disarmament Research Centre, da Universidade de Bradford (Reino Unido), Giulio Mancini orientou hoje este seminário, o primeiro realizado pelos dois centros em Portugal, no âmbito do projecto conjunto Landau-Bradford, que visa a sensibilização e educação para as questões da biossegurança nas universidades europeias.
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É necessário mobilizar comunidade científica (Imagem: iStockphoto.com) |
"Os cientistas devem estar conscientes dos riscos de um 'duplo uso', isto é, informados sobre o perigo de um microrganismo se transformar numa arma biológica. É necessário educar e sensibilizar a comunidade científica, especialmente os estudantes, cujo trabalho se desenvolve maioritariamente nos laboratórios", segundo Helena Freiras, catedrática do Departamento de Ciências da Vida e membro da organização do evento.
De acordo com Giulio Mancini, a Comissão Europeia emanou uma recomendação para que estas questões integrassem os curricula universitários, mas é necessária ainda "uma educação sustentada" neste domínio.
"Os estudantes na área das ciências da vida estão sensibilizados para as questões da segurança no laboratório, mas não para as dimensões da biossegurança, nomeadamente para o uso indevido das suas pesquisas, com fins hostis", declarou à margem do evento.
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